Marco saía
do bosque e, ainda noturno, sentou-se no declive para esperar o sol nascer.
Diante dele, estendia-se a relva úmida, onde havia flores de todas as cores e
névoas de todos os reflexos. Marco
esperava a felicidade, confiante, a pensar que ela viria como o pousar de um
enxame e que tudo, para ele, já estava a caminho.
Apanhou
flores e desceu ao fim da colina, em direção às fontes, para nelas molhar o
rosto e mirar-se no espelho das águas. Voltou-se, rumo a casa, onde Luiza ainda
despertava, sozinha.
- Veja, são
flores do bosque. Elas vivem na sombra. Colhi-as para você. Venha comigo!
Luiza sorriu atenciosa. Marco tomou-a pela mão e caminharam até a relva. Sonhavam
com o amor, temiam a posse, aprendiam confidências. As perguntas
eram desejos, a satisfação eram respostas.
As noites vinham sem sono, tão belas que nem fechavam as janelas. Dormiam assim, à luz da lua, com uma trepadeira de rosas envolvendo a janela, derramando alguns ramos para dentro do quarto. O amor fazia-os dormir bem tarde e acordavam com torpor.
As noites vinham sem sono, tão belas que nem fechavam as janelas. Dormiam assim, à luz da lua, com uma trepadeira de rosas envolvendo a janela, derramando alguns ramos para dentro do quarto. O amor fazia-os dormir bem tarde e acordavam com torpor.
As horas
corriam depressa e viver já não era como antes. Logo se cansaram de descer ao bosque e, por mais que Luiza implorasse, Marco não mais contava a história
dos jardins suspensos na planície. Não iam sequer passear pelos campos.
Colheram
cedo demais toda flor desejável. Entediaram-se junto ao sol.
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