Marco e
Luiza continuam pelo deserto. Quando a noite tomba, aproximam-se da tenda e
veem, sobre a planície, a lua que desmaia em cor de cobre.
- Ó noite! Grande
noite!..., exclama Marco. Se o vento nos levasse em suas asas!
Ao lado da
fogueira, nos imensos jardins do oásis, como amante em noite de núpcias, Luiza se
prepara à beira da fonte.
- Onde
acabará esta viagem? Haverá outros jardins, sob um céu mais tranquilo? Tivemos um
casamento feliz? Com que sonhas agora, querido? Toda minha alma suspira, enlanguesce
junto a ti.
Percebem que são livres para inventar o amor, com o preço da completa imprecisão.
Percebem que são livres para inventar o amor, com o preço da completa imprecisão.
- Quem somos
nós? O futuro mostrará? Quando o futuro chegar, a pergunta mudará? Será que fizemos
o que queríamos? Será que preenchemos nosso destino?
Jamais irão saber.
O destino habita a alma selvagem - alma que entregaram em troca de conforto
e paz espiritual.
Deitam-se ao lado de um ralo tufo de palmeira, sob a lua ensanguentada, e soluçam de amor pela noite.
Deitam-se ao lado de um ralo tufo de palmeira, sob a lua ensanguentada, e soluçam de amor pela noite.
No dia
seguinte, o deserto se cobre de miragens, e partem amparados pela visão de não
se sabe qual felicidade, como quem prepara cuidadosamente um sonho.
Marco canta
as florestas profundas, o odor dos musgos, as brumas da manhã e a
umidade que há nos prados. Luiza ouve com calma, menciona o azul mais claro, o
ar menos escaldante, a noite menos tórrida.
- Lá
estaremos em breve?
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