Contemplo o presente. No futuro, as coisas só se apressam para ser. Eu
as vejo, e elas passam, escoando-se para o passado. São as mesmas formas que passam. Só a vibração que muda.
Porque as mesmas formas? Porque o mundo, por ser imperfeito,
precisa sempre recomeçar, lançando-se para alguma forma primitiva.
Desejamos ser felizes como se não houvesse mais nada pra ser, ou como se
o passado não triunfasse sobre nós. Assim, por sermos imperfeitos, precisamos
recomeçar sempre.
Toda obra que não se manifesta é inútil. Todo homem que não se manifesta
é inútil. Tudo deve ser manifestado, até as coisas mais chulas. Toda obra se cristaliza em meio à multidão, onde o
artista se isola, escapa ao tempo. Nele, lentamente, a obra se recria.
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