17 de agosto de 2009

Hecatombe antifumo

Agora querem me proibir de morrer sem saúde. Com que direito?Totalitarismo? Essa higienização absurda da vida, pronta pra derrubar as liberdades individuais, a constituição republicana e as conquistas democráticas?

Porque não fiscalizam o trabalho escravo, a prostituição infantil, a lavagem de dinheiro público, e outras charadas muito piores, ao invés de sugar fortunas do nosso cofre para coibir escolhas comportamentais livres?

Estão bebendo sangue europeu e cuspindo liberdade latina? Então fechem logo as portas! Reboquem as paredes! Subam os muros, as fronteiras! Expulsem as meninas dos bordéis e recebam logo os aplausos!

O absolutismo começa pela fantasia. "O fumo passivo é um perigo mortal para terceiros". Pura fantasia! Segundo a Organização Mundial de Saúde, não há provas de doenças ligadas ao fumo passivo, mesmo assim o apartheid moral rola solto, separando vilões e vítimas inocentes.

Proibir o fumo em bares ou restaurantes é uma afronta a todas as liberdades, inclusive a dos empresários, obrigados a adotarem padrões de tratamento. Mas o pior de tudo vem da fiscalização voluntária. Por telefone ou internet, um cidadão pode patrulhar seu vizinho, denunciando seus comportamentos "maléficos".

A saúde controlada esteve ligada ao stalinismo, ao fascismo, ao nazismo. A saúde controlada está ligada a séculos de desejo cristão obcecado pela "perfeição". A higienização da vida é um fundamentalismo que não nos cabe.

Um comentário:

André Cortez disse...

Lúcido. E sem problemas de auto-estima que assolou todos os fumantes que também (me incluo) se calaram nas esquinas das ruas, nos postes antes ocupados por suspeitos. E debaixo de chuvasssssssssssssssssssss