26 de novembro de 2009

Fantasmas e adultos

Adultos lotando salas de cinema e livrarias à caça de fantasmas, fábulas de vampiros, atrás dos chamados “crossovers”, formatos que, outrora batizados de infanto-juvenis, agora seduzem crianças e adultos. É o caso dos best-sellers/blockbusters “Senhor dos Anéis”, “Crepúsculo”, “2012”, “Os Fantasmas de Srooge", entre muitos.

Em seu livro “Como o Mercado Corrompe Crianças, Infantiliza Adultos e Engole Cidadãos” (Record), Benjamim Barber nos lembra que chegaram os “kidadults” (“criançadultos"), uma nova e promissora classe para a indústria cultural. Barber explica que, depois dos anos 1950 (“pós-guerra”), nasceu um tipo especial de amor dos pais pelos filhos, que passaram a encher suas crianças de expectativas, exigindo que fossem aquilo que “papai e mamãe” não conseguiram ser.

Isso criou um tipo de consumidor: indivíduos com pouca tolerância às frustrações, às dificuldades e com tendências à satisfação imediata. Efeito? Quem cresce sem nunca se deparar com dificuldade, acaba, mais cedo ou mais tarde, vivendo no desespero, porque passa a ver como fracasso o que 
deveria como fraqueza.

3 comentários:

Dadá Luizon disse...

Seja com música ou com palavras, você sempre inspirou as pessoas. Que continue sempre assim!
Vc ainda não me disse onde encontro seu livro "A Vida Começa no Verão" pra comprar... Tô chegando semana que vem e quero muito ler...

Marina Henrique disse...

Acho que eu deveria ter então crescido com mais dificuldades, ando numa época em que me culpo por respirar...o bom de ter 30 ( e pouquinho) é que a gente sabe que essa época passa...e depois vem outras....passam...
Abraço forte!

Valquiria Coelho Lemos disse...

É verdade.
Fiz isso com meus filhos.
Já me culpei muito.
Não fiz nada por mal e sim achando que estava agindo
corretamente.

Não ensinei meu filhos o que é o "não".
Sempre disse sim pra tudo.
Hoje eles têm dificuldade para lidar com isso e eles próprios não
sabem dizer não... mas estão aprendendo.