25 de outubro de 2008

Armas, brados e tambores

Não só de truculência, armas, cassetetes e credenciais vivem as milícias, mas também de música, atacando sinfonias e canções jazzísticas através do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, criado em 1857.

O sargento Milton Santos esbanja satisfação. “Enquanto alguns colegas fazem besteira na rua, tirando vida de pessoas, nós mostramos o lado carinhoso da esquadra”. As apresentações do Corpo Musical da PM abrangem teatros, estações do metrô e trens, terminais de ônibus, hospitais, casa de idosos, oficinas culturais, fóruns internacionais e concertos.

Na Estação Júlio Prestes, em São Paulo, pude assistir Carlos Gomes e Villa Lobos interpretados por agentes educados pela ditadura dos anos 1970. “Os aplausos, o sorriso, a alegria, são privilégios pra gente”, comemorou também o sargento Eliseu. Depois arregalou os olhos. “Hoje desenvolvo trabalhos com ONGs que ensinam música para crianças carentes”.

As jazz-bands, outra modalidade do Corpo Musical, realizam performances mais extrovertidas, como dançar (fardados) com as pessoas na rua e ajoelhar no chão durante os solos de sax ou guitarra. “Me considero um policial especial. Se existe um céu na terra, nós moramos num pedacinho dele”, confessou Santos, na posição de sentido, ao comando de "descansar!".

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