
Como é completar quase 30 anos de banda?
Isto esquenta cada vez mais a banda, que, há pouco tempo, vinha de uma fase afastada, parada, num momento de muita crise entre o grupo.
Quer dizer que há uma renovação também musical?
Quando o Barão vai a campo é guerra, é bomba atômica, é granada, é calibre doze, não tem negócio de aliviar, entendeu? O fato é que teu nome vai ficando cada vez maior. Se você virar aquele roqueiro velho e chato, teu saco arrasta no chão rapidinho. Nem você se aguenta.
Qual o momento mais marcante nessas três décadas?
Sabemos quem foi a pessoa mais importante para nós. É inegável. Muitas pessoas nos ajudaram, mas nossa grande figura foi o Cazuza, responsável por nossa iniciação no rock’n’roll. Éramos garotos de 17 anos. Ele tinha 23 anos, era homossexual, tinha usado drogas pesadas, tinha uma vivência de carência, de filho único. Ele foi nosso professor, o cara que jogou o Barão no rock de verdade.
Você viveu o “boom” dos anos 80. Percebe alguma apatia no rock atualmente?
O melhor já passou, mas o rock sempre se renova. As pessoas estão tentando matar o rock há muito tempo. Aí vão aparecendo as novidades. O Nirvana provou que o rock não havia acabado. Minha relação com o rock é cada vez mais forte. Hoje quero tocar com todo mundo. Tento fugir o tempo todo da caretice, do preconceito. Tem que estar atento, escutar cada vez mais, ter atitude, não ter medo. Se você tiver medo ou vergonha do que está fazendo, é melhor ficar em casa.
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