
Ogã traz uma mistura marcante, com uma atmosfera bem brasileira. O que inspirou tudo isso?
São composições que dediquei para amigos e algumas cidades por onde passei. Também existe uma evolução pessoal. Mudei minha alimentação, parei com a bebida, cigarro, essas coisas. Estou criando mais, realizando mais.
Você está de volta ao Brasil, em definitivo. Como foi trabalhar no exterior?
Obviamente, encontrei mais espaço na Europa. Todos os lugares têm clubes de jazz. Além disso, tem as casas de cultura e os grandes festivais, que pagam cachês muito bons.
Como você enxerga a política cultural no Brasil?
Temos muitas casas de cultura, mas nada acontecendo. Os políticos sabem disso. Eles conhecem a Europa. Estão sempre lá, vendo shows, comprando livros.
E a situação atual do músico brasileiro?
O Brasil é o país que tem o maior número de músicos jovens de excelente nível. Mas o público aqui ouve o que a televisão quer. Fomos divulgar nosso disco em Palmas e o público nunca tinha ouvido falar em música instrumental. Aí você vê pessoas cultas falando de jazz, mas quando tem um show do Roberto Carlos, estão todos lá, pela centésima vez. Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, estudou na Sorbonne, deu aulas em Oxford, mas ouve música brega.
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